
terça-feira, 5 de agosto de 2008
PIRÂMIDES

terça-feira, 22 de julho de 2008
Dinamitar um paiol de bobagens


Em um passeio ao subterfúgio digital, contemplei a seguinte afirmação: "A arte não precisa ser didática." Parei um instante e refleti. Mas a arte não pretende ensinar algo? Embrenhar-se por matas desconhecidas e assim domá-las? Não é a arte um saber? Como pode ser a arte desprovida de didática? Não nos ensinam 'arte' nos primeiros anos primários? Não temos no corrículo escolar 'educação artística'? Então nossas espectativas de arte se dissipam assim, ao simples e hipócrita cabresto que nos impõem conceitos fajutos...
A arte realmente não é didática. Por quê? Porque simples e puramente não precisa ser. Nós não compreendemos a arte como algo imposto e aceito como a matemática. (Se bem que esta também de certa forma acaba sendo arte, mas com os artifícios do empirismo, da comprovação). A arte é criação de cada um, refletida e absorvida pela interpetração do outro. Não somente arte o quadro Abapuru de Tarsila do Amaral. É também igualmente arte a arquitetura. Onde está aí o senso didádico? A arte apenas instiga, confunde, cria espantos e reflexão. O que Tarsila quis representar nesta enigmática figura antropofágica? Talvez só Deus saiba... Mas ela cria espasmos, cria um novo, o diferente. E o que nos ensina a bela arquitetura de uma Igreja do Rito Oriental? Inspira-nos, mostra-nos ares de grandiosidade. E assim constrói-se arte: aspiramos reflexão, viajamos aos campos líricos do autor ou aos nossos próprios sentidos de percepção. Se faz diferença a arte em nossas vidas? Talvez não tenhamos consciência de sua existência. Mas só pelo fato de pensarmos já estamos contribuindo para a construção da arte. Se o Abapuru de Tarsila não o comove, tudo bem, talvez seus sentidos sejam aguçados por outro tipo de manifestação. O importante é causar reflexão. Se uma letra de funk causa isso, ou o pagodinho dos domingos com churrasquinho de gato o faz pensar em amores platônicos, então este é seu encontro com a arte. O relevante é dinamitar o rol de bobagens. A percepção de belo é diferente em cada um. Mas a de bobo com certeza é a mesma. Pena alguns viverem em seu paiol de bobagens, dizendo-se criadores de uma arte mediana e sem fundo reflexivo, arte pela arte não é arte. Nada nesta vida é em vão ou por obra desmedida do acaso. Em tudo, em todo plano, há um fundo. E se o fundo da arte é apenas divertir, então não sei mais em que furna, em que sisma ou porão obscuro adormece a arte... E se pretende a arte ser lecionada com o cabresto da didática, não há mais como dinamitar este paiol de bobagens que se ensinam por aí... A arte constrói, enriquece, pois crescimento por crescimento não vale nada. O importante é desenvolver-se, manifestar-se. Se dizem por aí que a televisão é arte, não nego, ela possui seu tom cultural. Mas não acredito que a TV como arte tenha a exclusiva competência da distração. Arte pela arte, de quê vale? Se arte triste, se alegre, se de repúdio, reconquista, procura, tédio... Só não vale arte sem alma... DINAMITAR UM PAIOL DE BOBAGENS!
domingo, 13 de julho de 2008
Êxtase...
Conforme Aurélio Buarque de Holanda Ferreira - "arroubo". Mas arroubo do que exatamente? O que explica o estado extático? Não estático, sim, extático? O meu êxtase, se aqui me permitem expô-lo, é o deleite das palavras que tomam a madrugada e revestem-na com a roupagem ideológica das 'causas humanas'. E o êxtase dos demais? Cada um possui o seu ou compartilhamos da mesma massa (estática) de um êxtase comum? Não, se o que buscam for a resposta (in) sensata, não... Por que, afinal? Perguntar-me-ão... Não sou nenhum oráculo, tampouco a senhora das respostas... Mas algo estranhamente conhecedor de meu próprio êxtase faz-me dizer e repetir e reafirmar e não calar... e não mentir: O meu êxtase é diferente do seu! Meramente questão de caráter? Talvez. Personalidade? Não, muito pouco... O que há ainda de maior é uma única concepção que chega, enfim, a um caminho comum e compartilhado pela mesma massa de desgraçados: a felicidade! O fim natural é ela! O que mudam são os meios. Assim, torna-se o êxtase pura e largamente o reflexo da felicidade. Outros poderão ainda questionar: Então, é a felicidade passageira, já que o êxtase é tão repentino e momentâneo como a ressaca do mar? Sim! Chegamos juntos, na rapidez de um pestanejar, à grande resposta da vida: a felicidade dura pouco, só o momento súbito de euforia; o êxtase; o arroubo...
Permitam-me dizer: nada do que disse aqui é novidade. Mas estranhamente, por que alguém não antes o escreveu? Por que este, meus caros, é o meu momento de êxtase... Durou tão pouco, já passou! Mas não se deixa confundir e enganar, como a ressaca, que vai embora toda manhã, mas um dia talvez volte para as águas de um mesmo mar... !
Por via das dúvidas, para que não fique esquecido o velho e bom dizer do profundo verificável: a alvorada voraz diz por si o que não consegui aqui fazer; Além das massas, onde está o nosso êxtase de dor? No fato banal? Vendo o mesmo filme passar é que encontramos o nosso deleite? O nosso arroubo é ver o país chafurdando nas mesmas lamas de outrora? O nosso arroubo é a imagem das fardas e armações que contempla o fim, vendo o tempo passar? Quem é que possui o comando? Os mesmos 'foras da lei' em seu êxtase deturpado pelas garras da ganância? Ou é o NOSSO arroubo, vestido pela roupagem das 'causas humanas' e preocupado com o que é realmente importante, o verdadeiro êxtase de inteligência? Ah! Se este último "arroubo" fosse maculado pelas asas da eternidade! Não existiriam mais problemas de discernimento entre este dilema filosófico e os desvarios da distração que já é um praxe incorrigível! Aos que não entendem minhas palavras, "Alvorada voraz - RPM."
Permitam-me dizer: nada do que disse aqui é novidade. Mas estranhamente, por que alguém não antes o escreveu? Por que este, meus caros, é o meu momento de êxtase... Durou tão pouco, já passou! Mas não se deixa confundir e enganar, como a ressaca, que vai embora toda manhã, mas um dia talvez volte para as águas de um mesmo mar... !
Por via das dúvidas, para que não fique esquecido o velho e bom dizer do profundo verificável: a alvorada voraz diz por si o que não consegui aqui fazer; Além das massas, onde está o nosso êxtase de dor? No fato banal? Vendo o mesmo filme passar é que encontramos o nosso deleite? O nosso arroubo é ver o país chafurdando nas mesmas lamas de outrora? O nosso arroubo é a imagem das fardas e armações que contempla o fim, vendo o tempo passar? Quem é que possui o comando? Os mesmos 'foras da lei' em seu êxtase deturpado pelas garras da ganância? Ou é o NOSSO arroubo, vestido pela roupagem das 'causas humanas' e preocupado com o que é realmente importante, o verdadeiro êxtase de inteligência? Ah! Se este último "arroubo" fosse maculado pelas asas da eternidade! Não existiriam mais problemas de discernimento entre este dilema filosófico e os desvarios da distração que já é um praxe incorrigível! Aos que não entendem minhas palavras, "Alvorada voraz - RPM."
sábado, 28 de junho de 2008
Arte!
Será o temor ao belo a grande engrengem que faz as pessoas dar meia volta volver em sua indiferença à arte? Temem a perfeição que deveras sabem ser ali uma mera representação utópica? Ou apenas temem presenciar seu verdadeiro retrato, não podendo fugir à face devassa e impetuosa que a arte lhes reflete feito espelho? Se o for a última afirmativa, não posso deixar de escrever aqui o meu pesar, pois o homem destemido pintado na narrativa heróica acaba por ser mero rabisco amendrontado perante a arte que lhe fala...Será por temer o encontro de si mesmo que o ser humano adia o encontro com a sua íntima percepção de belo através da arte? Será o homem ( e quando digo homem generalizo) feito de puro instinto e por este mesmo instinto, repudia, renega a criação do estereótipo perfeito? Mas se é a arte "criação" (efêmera) e inspirada no próprio homem, como pode ser perfeita? Meus amigos, resposta para isso não há, só a sólida certeza de que a arte é, entre as criações humanas, a mais perfeita imperfeição...
Não sei se é a arte fruto das fraqueza, incertezas ou egoísmos humanos. Sei que é, como o seu criador, também um reflexo perdido de sentimentalismo e fuga, um objeto tresloucado em nossas mãos. Pode ser o que bem quiser, pode ser o que queiramos que seja. E neste artigo sobre a arte, mais confuso que esclarecedor, posso apenas terminar com a rima:
"O homem é imperfeito e o que cria só pode igualmente também o ser.
Mas a arte acaba por fim perfeita, algo que o homem fez assim, sem querer..."
Não sei se é a arte fruto das fraqueza, incertezas ou egoísmos humanos. Sei que é, como o seu criador, também um reflexo perdido de sentimentalismo e fuga, um objeto tresloucado em nossas mãos. Pode ser o que bem quiser, pode ser o que queiramos que seja. E neste artigo sobre a arte, mais confuso que esclarecedor, posso apenas terminar com a rima:
"O homem é imperfeito e o que cria só pode igualmente também o ser.
Mas a arte acaba por fim perfeita, algo que o homem fez assim, sem querer..."
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Sobre pulos inconscientes
Aos meus caríssimos leitores que buscam muito além das adversidades, dos conceitos básicos, das escolhas aceitas com o cabresto dos hipócritas, envio-lhes a singela mensagem:
"Bem -vindos ao mundo real. "
Explicar-me-ei sobre este mundo. O ser humano (constato isso com a minha precoce experiência) é levado por ações emotivas, por egoísmos momentâneos e sentimentos que ele próprio julga coerentes. Tão absortos estamos em nosso mundo banal (e virtual) que nos esquecemos das questões primordiais que afirmam a existência humana: - Quem somos, de onde viemos, para onde vamos? Isto não é só a base filosófica que nos insere ao maravilhoso mundo metafísico, sim, apenas a questão de viver dentro de um contexto realmente relevante. Explico-me: nós trabalhamos, amamos, criamos nossos filhos, estudamos, nos alimentamos, nos vestimos para que fim? Afinal, qual é nosso papel aqui? Será que viver por viver, apenas passar pela Terra é o nosso fim? Algumas filosofias de vida e religiões pregam que a passagem pela Terra é o nosso castigo por não termos sido "almas boas" em outro plano. A maioria das religiões ocidentais prega a existência do céu como a única motivação de vivermos em harmonia e bondade aqui, para mais tarde atingirmos a verdadeira vida plena no céu. Não questiono religiões ou filosofias. Outrora pude ter espírito intolerante, confesso, mas acrescento que é mal do ser humano ser intolerante com o que não conhece.... Também não afirmo que conheço de tudo, mas sou cética a ponto de pôr a minha própria finalidade neste mundo em dúvida. Não quero fazer com que crenças sejam desfeitas, apenas instigar o ser humano a pensar além do que ele vê e julga sensato, além da sua própria vida, e assim reconheça a profundidade de sua alma e não apenas pule (inconscientemente) de distração em distração, fazendo de sua passagem pela Terra um mero capricho... Vamos pensar mais profundamente, não deixando que o cotidiando duro e cruel, na sua máscara fria, oculte o que é realmente importante na vida. Façamos da vida o bem supremo e o momento único, façamos dela uma obra de arte!
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